segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Assim é, se lhe parece...

Cada pessoa tem o seu modo próprio de compreender as mensagens do cotidiano, qualquer que seja o veículo. O que eu ouço, vejo, leio tem para mim um significado que não será exatamente igual ao que será percebido por outra pessoa. É fácil aceitar essa ideia: "A cada um, segundo lhe parece." Ou, copiando o título da peça teatral escrita pelo dramaturgo italiano Luigi Pirandello:  "Assim é, se lhe parece."

Mas, na prática, não é fácil aceitar a visão estreita, equivocada que algumas pessoas tem de questões nada triviais: há pessoas que defendem Silas Malafaia e todos os pastores que enriqueceram ilicitamente usando o dízimo e a doação de fiéis; há os que encontram argumentos para se alinhar aos políticos que justificam os réus do mensalão; há os estagnados, que parecem viver, ainda, na década de 70 e que se utilizam de vocábulo anacrônico para rotular de "reacionários" os que criticam o governo petista; há os que divulgam, no Facebook, material de propaganda em que se acusa o ministro Joaquim Barbosa de haver rasgado a Constituição! Há um grupo ruidoso que acusa a mídia por tudo e por nada e que se alinha aos que pretendem restringir a liberdade de imprensa... 

E, espanto dos espantos, há aqueles que insistem em comparar atos de corrupção (PT X PSDB) como se os roubos do presente pudessem ser expurgados, perdoados com o uso de uma tola conta de aritmética: quem roubou mais?  "privataria" ou mensalão"?

O partido político pouco importa, a lei é para todos. Ou não? Afinal, roubar é crime, ou não?

Por falar nisso, por que será que não se investiga, de verdade, esse episódio que os petistas chamam de privataria?

Diz o ditado popular: "É apanhando que se aprende."... Lamentavelmente, há pessoas claramente masoquistas, gostam de levar pancada, gostam de fazer papel de trouxas repetindo sandices ditas por políticos que apostam, exatamente, na desinformação e na burrice do povo. E por que esse "povinho", que se acha tão politizado, não busca um bom livro de História do Brasil, de História das Américas, de História Geral, desses que ensinam o básico para alunos da segunda fase do ensino fundamental para iluminar um pouco a própria ignorância?

A ignorância é a mãe da preguiça, a preguiça é a mãe da ignorância... No seio de ambas é gestado o fanatismo, a violência, o preconceito...

Não é fácil se compadecer e ter paciência com a burrice de quem defende o indefensável, de quem absolve a corrupção de governos tidos como bons, de quem louva os corruptores do Cristianismo, esses verdadeiros "vendilhões do templo" dos dias atuais. Não é fácil ter compaixão, principalmente quando o medo se avizinha. E as pessoas sensatas precisam temer esse quase exército de fanáticos que, em nosso país, tenta intimidar os que discordam, os que tem por hábito exercer a capacidade de pensar... Ainda nem deixamos para trás os horrores de guerras e genocídios, recentes, cujos sobreviventes estão aí, narrando a odisseia que enfrentaram para defender a própria vida, marchando a "Marcha da morte" .

Sim, o fanatismo está por aí, vicejando em toda parte. "E o fanatismo assusta, no futebol, na religião e na política...".  É o que nos diz a jornalista Ruth de Aquino, em sua coluna, na Revista Época, quando declara  indignação e vergonha diante dos ataques sofridos por Yoani Sanches, a corajosa cubana que luta pelo simples direito de ir e vir.

É preciso reagir. Discutir essas questões nas redes sociais é um bom começo, enquanto é tempo, antes que os fanáticos, teleguiados por políticos e por religiosos corruptos, venham a cercear o nosso direito de protestar.

Aliás, o próprio Jesus Cristo reagiu fortemente diante da corrupção dos hipócritas que faziam do templo casa de comércio:

João 2:13 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém.
João 2:14 E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados;
João 2:15 tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas
João 2:16 e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.

Não deixemos esse mal prosperar porque o que torna possível o sucesso, a longevidade e a crueldade das ditaduras são as pessoas comuns quando se deixam robotizar, conduzir, paparicando um safado qualquer que se faz de "messias". O Nazismo está por aí, com outros arremates, outros acabamentos o nome não faz diferença, a substância é a mesma: demência, crueldade, sede de poder, sede de subjugar...

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