segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Feliz ano novo: o mundo mudou para melhor, apesar das más notícias...

O mundo continua lindo!  



As pessoas que, como eu, tem no currículo algumas décadas, frequentemente, iniciam diálogos com a frase "No meu tempo...", enquanto aludem ao que seriam as desvantagens dos dias presentes. E essas desvantagens, quase sempre, estão situadas no campo da moral e da ética.

Além de testemunha dos famosos "bons tempos", todos os que estudaram um pouco mais sabem que a realidade sempre foi dura para os mais pobres, para os mais fracos e para as minorias.

Se não rejeitaram todo o conteúdo de História do Brasil e de História Geral, ministrados no extinto Curso Primário e Ginasial, souberam que a ausência de direitos era a regra, que a tortura era uma prática, que a escravidão era normal já que categorias inteiras de criaturas, tidas por inferiores, ou perdedoras, eram subjugadas pelas nações e grupos mais fortes.

Os que lêem a bíblia sabem que a nação de Israel foi escravizada, ao longo da história, por diversos povos. Mas, dentre esses, a maioria enxerga a questão apenas em sua dimensão religiosa e sequer imagina que a escravidão era uma prática comum, um dos frutos da crueldade humana. Quando assistem, na TV,  notícias sobre o combate ao trabalho escravo,  sobre o tráfico de mulheres e de seres humanos em geral, provavelmente se espantam atribuindo esse fato a sintoma de uma doença do mundo moderno.

As atrocidades cometidas, no presente, em nome de religiões não superam às práticas passadas, em covardia, crueldade e dimensão. Basta lembrar a dizimação da cultura indigena e africana, imposta pela Igreja Católica no continente sul americano. Ou as fogueiras da inquisição, na Idade Média. Ou a prática da lapidação e da crucificação, que muitos ignoram  mas era um castigo corriqueiro.

E o assassinato em família? Era comum. Hoje, quando o noticiário nos defronta com filhos que  matam pais ou irmãos, ou a família toda, por herança, nos escandalizamos. E não é para menos. Mas é um erro acreditar que esse é um mal do mundo moderno. Muito pelo contrário, era um crime frequente em famílias em que se disputava o poder de governar.

E quanto ao mundo da política? Pobres e mulheres não votavam. O voto era restrito a homens que comprovassem uma certa renda... Então, é importante cultivar um otimismo inteligente e apostar em dias melhores sem se deixar contaminar pelo festival de más notícias.