terça-feira, 1 de maio de 2012

Bateu? Levou.

Entre os dias 28/11 e 01/12, usei este espaço para desabafar a minha indignação contra a Justiça Brasileira: Se a justiça, no Brasil, tarda e falha e se a União comporta-se como litigante de má fé, o que nos restaria?  Mateus, 5,20: Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus.

Certamente, podemos ter absoluta confiança na Justiça Divina. Mas, nem por isso, devemos admitir a prática recorrente da injustiça, aqui e agora, na expectativa do que estaria por vir, em um plano espiritual.

Essa justiça, de que nos falou Jesus, é o modelo a ser perseguido imediatamente. Ou não existirá futuro. Obviamente, o exemplo precisaria vir de cima,  o Estado deveria aplicar a justiça, em todas as circunstâncias, seja a justiça social, seja a justiça no sentido estrito da palavra. Resumindo, no bom e claro português: bateu? Levou.

Quem pratica o crime, contra a vida ou patrimônio de terceiros, precisa ser punido. No entanto, a ideia de punição se perdeu na mesma medida em que o cinismo se tornou corriqueiro, substituindo a vergonha, o arrependimento e a consciência do próprio erro.

Arnaldo Jabour, em sua coluna no "O Globo", de hoje, resume bem os dias presentes:

"...com a ridícula liberdade para irrelevâncias, temos o indivíduo absolutamente desamparado, sem rumo ético. Isso leva a um narcisismo desabrido, que se torna um mecanismo de defesa. Diante do espetáculo da violência, diante dos cadáveres da miséria, do cinismo corrupto, somos levados a endurecer o coração, endurecer os olhos, para vencer na vida competitiva ou seremos tirados "de linha" como um carro velho. E aí surge o problema: Se não há um Mal claro, como seremos bons? O Mal é sempre o 'outro'. Nunca somos nós. Ninguém diz, de fronte alta: "Eu sou o mal!" Ou: "Muito prazer, Diabo de Oliveira...""
E, é fato, ninguém se assume; temos testemunhado o descaramento dos protagonistas dos mais recentes escândalos, que reafirmam inocência, mesmo depois de os noticiários de TV terem reproduzido gravações de conversas claramente comprometedoras. São crimes praticados no atacado, que prejudicam toda a sociedade. Inclusive porque,  perpetrados abertamente, como se normal fosse, induz à crença de que, em algumas circunstâncias, pode ser lícito roubar.

É muita CPI, muita discussão e nenhum resultado. Todos ficam livres para usufruir o produto do roubo. E ainda elegem familiares, filhos, mulheres, genros, toda a parentada, uma "aristocracia" de ladrões. E já não compram somente os políticos, até partidos estariam à venda. Pelo menos é o que indica a gravação veiculada no JN de hoje, que revela a negociação para compra de PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro.

Enquanto isso, o Brasil continua muito bem posicionado em rankings dos quais é vergonhoso ocupar as primeiras colocações: ocupa, há três anos, o 1º lugar no consumo de agrotóxicos, no mundo.

Parece que o tal "Diabo de Oliveira" encarnou em alguns brasileiros. AAFFFFF!!!!!

Precisamos mandar "Diabo de Oliveira" de volta ao inferno: bateu? Levou.

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