sábado, 22 de janeiro de 2011

As parafernálias tecnológicas ainda são necessárias

Hoje, fui a exames que fazem parte da rotina das mulheres adultas, principalmente das que já chegaram à terceira idade. E, mais uma vez, me vi remoendo contra a parafernália da Medicina, tanta tecnologia e tão pouca saúde. Mas, tenho certeza de que se aproxima o dia em que usaremos os recursos naturalmente disponíveis, em nossas mentes, e deixaremos de praticar essa espécie de suicídio cotidiano: sem stress, sem açúcar, sem carne vermelha, sem poluição, sem agrotóxicos....E a Medicina será básica e preventiva, os Psicólogos, nutricionistas, hipnoterapeutas, os homeopatas exercerão papel de destaque. E, principalmente, os professores, que serão nossos guias, ensinando, desde a mais tenra idade, regrinhas simples e fundamentais, essenciais à manutenção dessa máquina que é habitada por nossos espíritos.

Drogas lícitas e ilícitas para forjar felicidade? Não precisaremos, saberemos buscar bem estar naturalmente, acionando nossos mecanismos de produção de serotonina e dopamina. Anti-depressivos para quê?

De qualquer forma, o meu mundo é esse, meu tempo é agora, esse futuro ainda não chegou...então, meus protestos se limitam a elucubrações e, anualmente, sigo a mesma cartilha, me submeto obedientemente, às parafernálias tecnológicas que vão dizer se tenho, ou não, saúde.

Saí, cedo, querendo me livrar logo dessa obrigação. E tudo ficou pela metade pois o inusitado aconteceu: o meu Plano de Saúde, que libera as requisições, por telefone, alegou que não poderia autorizar os exames pois, aos sábados, não há médicos para realizar perícia. E desde quando, indago eu, se faz perícia por telefone? E, sobretudo, exames de rotina, exigidos periodicamente a quem já passou dos 50, prescindem de perícia! Bastaria checar o tempo transcorrido desde a última requisição! Mesmo com o contratempo, nem posso queixar-me; afinal, sou privilegiada, não dependo da Rede Pública.

Ainda assim, não hesito em remoer, em criticar: toda essa tecnologia que permitiu o rápido contato entre a Clínica e a Central 0800 do Plano (fax, teleones, emails...) tudo inútil porque a operadora do Plano não domina o  idioma pátrio e desconhece o signifiicado da palavra "perícia"...E não tem discernimento para perceber que perícias não são necessárias a exames de rotina... E não sabe interpretar o manual que, provavelmente, utiliza ao atender os contatos da rede credenciada. A melhor tecnologia é degradada quando o ser humano que a utiliza é um analfabeto funcional.

Na saída, uma velhinha, me fez a estranha pergunta: quem vem de Goiânia para, aqui, nessa entrada? Ela estava aguardando alguém e não sabia em que ala do edifício deveria esperar. Sugeri que entrasse em contato telefônico e ela respondeu que não tinha.

Enquanto os mais jovens dominam qualquer engenhoca moderna, entre os mais velhos, muitos ainda resistem e alegam, tolamente, que sempre viveram bem "sem essas coisas". A preguiça mental não é monopólio dos jovens avessos ao domínio do idioma; a mesma preguiça aflige os mais velhos que se recusam a usar qualquer tecnologia.

Se o nosso tempo é agora, porque rejeitar esses recursos que, nesse mundo mais complexo, facilitam a vida? Pareço contraditória, defendendo e atacando a tecnologia?

O valor de uma escritora

Li, na Revista Época desta semana, reportagem sobre a escritora Thalita Rebouças que, aos 36 anos, já se aproxima da marca de um mihão de livros vendidos. Ela conta que, em sua primeira Bienal, subiu em uma cadeira chamando a atenção dos presentes para a sua obra. Ela própria se promoveu, muito justamente pois, afinal, quem publica quer ser lido. Não há espaço para modéstia ou insegurança quando o objetivo é comunicar. O artista e o escritor precisam, necessariamente, se expor.

Eu, aqui, muito longe de ser uma escritora, também almejo ser lida. E me surpreende constatar que este blog tem leitores fora do país. As estatísticas do Blogger exibem números modestos, compatíveis com meu desempenho, tão irregular, semanas e semanas sem postar nada. É que sou uma dona de casa muito ocupada...rrrssssss...

Hoje, recebi um email sobre o valor de uma dona de casa que vale resumir: o marido chega em casa  e encontra os filhos sujos, ainda de pijama, soltos  na rua. Entra e se depara com um cenário de desordem por toda a casa: brinquedos espalhados, restos de comida, geladeira aberta, TV alta, pia cheia de louça... Ele começa a entrar em pânico e se pergunta o que teria acontecido à esposa. Chega ao quarto e a surpreende deitada, ainda de pijama, lendo um livro... Ela, então, lhe diz, provocativa: todos os dias, quando você chega do trabalho, pergunta: afinal, o que você fez o dia inteiro? E ela completa: Bem... hoje eu não fiz nada.

Consciente da importância do meu trabalho no lar, não me sinto frustrada por essa limitação de tempo...
Mas que dá uma inveja da Thalita... não vou negar. Começando pelo fato de que, ela, desde cedo reconhecendo a própria vocação e talento, concentrou-se nesse propósito, não se dispersou, acreditou em si mesma.

Infelizmente, a escola não tem sido capaz de auxiliar o estudante na identificação de habilidades e talentos. Então, há um grande desperdício de recursos e muitos são direcionados por modismos, sufocando interesses naturais, enterrando seus talentos, como na parábola de Jesus, Evangelho de Mateus.

Escrevendo, aqui, ainda que esporadicamente, uso a minha habilidade com a escrita...Tento não enterrar um dos meus talentos. Afinal, postar na Internet é mais que subir na cadeira...rrrrrrrrrrrrrrrrsssssssssss