quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Panaceia

Já vi pessoas afirmando que “...a educação virou panacéia, tida como remédio para todos os males...”
A educação é, sem dúvida, o remédio para todos os males. Quando o noticiário mostra esse número escandaloso, 28 bilhões nas contas dos custos com os acidentes de trânsito; quando vemos os números do subemprego, do trabalho infantil, do trabalho escravo, das reprovações nos exames da OAB, da eleição de parlamentares que devem à Justiça, quando vemos os números dos desatendidos no SUS, da violência nas escolas, da delinqüência juvenil ... Tudo passa pela educação.

Recentemente, soubemos de um prefeito e sua filha, mancomunados no mesmo crime: exploração do trabalho escravo. E pela TV, a toda a hora, notícias dos incêndios provocados por queimadas. E notícias de policiais que traficam, de juízes que vendem sentença...

Não, a educação não é panacéia. É um bem que, quem possui verdadeiramente, passa a detentor de respeito próprio. E de respeito aos outros que o torna incapaz de tamanhas irresponsabilidades para com a sociedade de que faz parte. Afinal, quem há de querer trabalhar contra si mesmo? A palavra bíblica de sabedoria proferida por Jesus, “Não façais ao próximo...” é compreendida em sua dimensão mais ampla: o que faço contra os outros, em última instância, volta-se contra mim. Não é moralismo; é uma lei de que não se pode fugir. Mas, o ignorante não a compreende, não a alcança. Acredita que, tocando fogo ali, está queimando o que é seu (seu?), e daí?

Há, também, os doentes. Mesmo para esses, a educação é remédio já que, pelo condicionamento, poderão obter um certo nível de controle quanto à satisfação egoística de suas vontades.

Esses “doentes”, é óbvio, precisariam de cerceamento. Em lugar disto, muitos ocupam cargos públicos e passam a ter poder sobre os outros! Aí, sim, há um problema potencializando a falta da educação; e que a educação, por si só, não resolverá. Pessoas sem formação, psiquicamente doentes, ocupando posições de mando na sociedade: policiais, juízes, parlamentares, ministros das altas cortes ... Esses “traidores” comprometem o esforço de todos os demais cidadãos. Merecem punição exemplar: a pena que caberia a qualquer outro deveria, para tais, ser em dobro. Afinal, que pena merece o policial que aluga, por R$50.000, a viatura policial? Ou o que informa data e hora da incursão policial na favela, pondo em risco a vida de colegas e da população local?

E quanto às “doenças”? Tratá-las, se de fato existirem, aproveitando, o espaço de tempo em que esses “traidores” estiverem fora do convívio social.

E quanto economizaria a nação, investindo mais em educação? Menos feridos a bala, menos doentes crônicos e mal-nutridos no SUS, menos mortes no trânsito e inválidos dependentes da Previdência, menos criminosos superlotando as cadeias, menos crianças abandonadas, mais controle da natalidade...