segunda-feira, 3 de julho de 2006

QUEM SOU? POR QUE SINTO O QUE SINTO?

Quem de nós, principalmente mulheres, nunca gastou seu tempo para responder testes em revistas que se propõem a ajudar os leitores a se “enquadrar” em determinado tipo de personalidade?

E há testes variados, originários de correntes diversas, cujos critérios agrupam os seres humanos em distintas categorias: a “sensorial” que detecta três tipos, o “auditivo”, o “visual” e o “cinestésico”; o tipo Yin e yang da filosofia chinesa (energia feminina e energia masculina); as categorias da medicina ayurvédica que agrupa segundo os biótipos; a classificação que considera os tipos de humor, “colérico”, “sanguíneo”, “fleumático” e “melancólico”; Há, ainda, os doze tipos da Astrologia, que agrupa segundo a conjunção astral no momento do nascimento e os 12 tipos identificados pela Terapia Floral, criada pelo médico austríaco, Edward Bach.

Também a Psicologia tem classificações de personalidade segundo determinadas características identificáveis no comportamento humano. A mais conhecida de nós leigos, talvez seja a que identifica 8 (oito) tipos de inteligência: inteligência verbal, matemática, espacial, musical, interpessoal, intrapessoal, cinestésica e naturalista.

Com exceção da teoria psicológica da inteligência, as demais contemplam os diversos tipos identificados como sinalizadores no tratamento de distúrbios, físicos e emocionais e por isto são amplamente adotadas pelos chamados “Terapeutas Holísiticos”.

Quem faz os testes propostos, ou quem consulta um desses terapeutas, é levado a mergulhar em si mesmo.

Por isto, ainda que a ciência e seus intelectuais tratem o assunto com desprezo, as pessoas apreciam os resultados. Por que, além de tudo, encontram um meio de tomar posse de si, com reflexão e responsabilidade.

Quem eu sou? Por que me sinto assim? São as perguntas básicas daqueles que buscam essas formas de tratamento. Talvez por isto os livros de auto-ajuda vendam tanto.

Além da pura alienação dos que esperam conquistar sucesso por meios mágicos oferecidos nesse tipo de literatura, está o desejo íntimo de mudança real, aquele tipo de mudança que não pode ser proporcionado por um anti-depressivo, por uma cirurgia plástica ou por um comprimido ingerido para aliviar uma insistente dor cabeça.